Taxas de juros nos EUA mais altas por mais tempo

O FOMC não está atualmente inclinado a aumentar taxas, mas aguarda dados que permitam maior confiança antes de considerar cortes. Após os dados decepcionantes da inflação no primeiro trimestre, é provável que as taxas básicas permaneçam em seu nível atual por um período mais longo que o que se esperava.

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O lado fiscal do “novo normal” nas economias avançadas

Há um "novo normal" com custos de financiamento significativamente mais altos do que na última década. Se melhorias nos saldos primários dos governos não puderem ser alcançadas para compensar taxas reais mais altas e crescimento potencial mais baixo, a dívida soberana continuará a crescer. Isso também poderá trazer implicações para a saúde do setor financeiro. Taxas de juros mais altas, níveis mais altos de dívida soberana e uma parcela maior dessa dívida no balanço do setor bancário tornam o setor financeiro mais vulnerável. Uma reconstrução gradual e crível de amortecedores fiscais que garantam a sustentabilidade de longo prazo de dívidas soberanas será apropriada no "novo normal" do regime de políticas macroeconômicas.

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O que está acontecendo com taxas longas de juros na economia global

Rendimento de títulos dos EUA de 10 anos saltou de 3,8% ao ano no final do segundo trimestre para acima de 4,7%. Que causas podem ser apontadas como explicação para elevações nas taxas de juros nos títulos de longa duração em relação às taxas nos mercados monetários, que refletem as taxas básicas implementadas por bancos centrais? Duas são possíveis.

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Guerra por procuração nas tecnologias de energia limpa

As posições de China e EUA nas tecnologias de energia limpa estão hoje inversas às de semicondutores. A transição para a energia limpa está exigindo tanto a inovação científica quanto a expansão em grande escala de tecnologias estabelecidas. Os EUA permanecem excelentes na primeira, incluindo-se aí o trabalho científico na captura e no armazenamento de carbono e na sua remoção. Por outro lado, nas indústrias comerciais que estão na fase de expansão, os EUA estão atrás da China nas tecnologias de descarbonização mais críticas: solar, eólica, baterias e hidrogênio..

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A possibilidade de calote na dívida pública dos Estados Unidos + E se não houver acordo nos EUA sobre a dívida pública?

Tem-se, no momento, uma repetição de momentos passados de tensão por causa de um aparente impasse na decisão congressual sobre adiar ou aliviar a restrição do teto nominal de divida publica nos EUA. Permanece a esperança de que a Casa Branca e os republicanos alcancem um acordo a tempo de evitar o que Yellen chamou de “impensável” e “catastrófico” - inclusive uma inadimplência no serviço da dívida. Um “inimaginável” calote na dívida pública do país teria consequências nefastas, escreve Otaviano Canuto

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Por que o estresse bancário nos Estados Unidos dessa vez é diferente

Está o sistema bancário dos Estados Unidos à beira de um precipício como o de 2008? Seriam as últimas semanas o prenúncio de uma nova crise sistêmica? O dilema do Fed entre combater inflação e assegurar estabilidade financeira ficou mais apertado, com “dominância financeira” caso os juros sejam mantidos abaixo do que a política contra a inflação recomendaria. Apesar do otimismo de que o estresse no sistema financeiro será contido, um endurecimento de condições financeiras – em ações e crédito - já está ocorrendo.

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Ambiente Macroeconômico nos Países Avançados Atravessa Mudanças

Neste ano, assistimos o curso de três mudanças significativas no ambiente macroeconômico das economias avançadas em relação ao período posterior à crise financeira global de 2008. Primeiro, já em 2021, a possível insuficiência crônica de demanda agregada de antes deu lugar a choques de restrições no lado da oferta e à subida inflacionária. Como consequência, a era de liquidez abundante e barata provida por bancos centrais deu lugar a juros mais altos e a apertos na liquidez neste ano. Finalmente, como resultado das mudanças anteriores, viu-se forte desvalorização de ativos financeiros e receios quanto a múltiplas possibilidades de choques em 2023.

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O Fed mira o mercado de trabalho

Demanda por trabalhadores excede a oferta de trabalho disponível e afeta controle da inflação nos EUA. A julgar pela apresentação de Jerome Powell na semana passada, em Brookings, e pelos receios de espirais entre preços e salários, é no mercado de trabalho que será escrito o script da política monetária do Fed.

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EUA e China travam guerra por procuração nos semicondutores

Semicondutores estão no centro da atual rivalidade entre Estados Unidos e China. Dificultar a progressão da China na sofisticação da produção de semicondutores tornou-se peça central da política dos EUA em relação ao país. O caso dos semicondutores se encaixa como uma luva no que observamos nessa coluna como reversão da globalização nos segmentos de alta tecnologia considerados sensíveis desde um ponto de vista de segurança nacional. Com custos, ainda que considerados justificáveis por autoridades governamentais.

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Recessão global parece a caminho

Há uma sincronia internacional no aperto de políticas monetária e fiscal. A probabilidade de retroalimentação de políticas monetárias restritivas é maior quando todas estão respondendo a um problema inflacionário que lhes é comum. A revisão para baixo nas projeções de crescimento global em 2022 e 2023 já tem sido notável.

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A economia dos Estados Unidos está em recessão?

Uma convenção comumente adotada é a de se chamar de “recessão técnica” quando se tem pelo menos dois trimestres consecutivos de redução do PIB. No entanto, há motivos para se considerar prematura tal declaração nesse momento, mesmo se reconhecendo sinais claros e inegáveis de desaceleração do crescimento na margem. A rigor, a trama da “novela do Fed” continuará tensa no futuro à frente, com dois pontos permanecendo obscuros: caso de fato a economia caia em uma recessão, quão rasa ou profunda esta será? Quão rígida para baixo se mostrará a taxa de inflação medida por seu núcleo?

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Bolsas dos Estados Unidos sofreram declínio não visto em meio século

Percepção de riscos de recessão nos EUA e na Europa tem sido um fator de peso na evasão de investidores, escreve Otaviano Canuto. Mesmo se sabendo que há uma defasagem temporal entre decisões de juros e seus efeitos, o Fed não poderá ignorar o que for ocorrendo com índices inflacionários mensais durante a travessia até o próximo ano, diz o articulista.

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A dominância do dólar vai continuar

As pesadas sanções financeiras sobre a Rússia depois da invasão da Ucrânia suscitaram especulações de que o uso armado do acesso a reservas em dólares, euros, libras e ienes iria suscitar uma divisão na ordem monetária internacional. A dominância relativa do dólar parece declinante, mas em ritmo muito gradual.

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