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Floresta amazônica, meio ambiente, preservacão ambiental, madeira, desmatamento, em Manaus | Sérgio Lima/Poder360 01.nov.2021

A lei tem que predominar sobre a motosserra

Na origem do desmatamento, tem um problema que os economistas chamam de “incentivos microeconômicos”, vale dizer, custos e benefícios (levando em conta os riscos) encarados pelos perpetradores. Urge, pois, atuar sobre esse cálculo para se evitar o dano florestal. Não basta ter a lei. Para que entre no cálculo do desmatador, é preciso que seja eficaz no cumprimento. O cálculo custo-benefício ajustado aos riscos favorece a obediência à lei apenas quando são suficientemente altas a probabilidade de captura e a punição significativa em caso de desobediência.

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Abertura comercial deveria ser prioridade para o Brasil

Cadeias produtivas mais enxutas e integradas para fora teriam como contrapartida maior capacidade de exportar e de prover domesticamente produtos melhores e mais baratos, podendo sua expansão compensar a menor densidade doméstica. Cabe sempre lembrar que, para além de ganhos de produtividade, em última instância a parte de baixo da pirâmide de renda brasileira seria beneficiária da abertura comercial.

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Por que não temer a birra dos mercados dessa vez

A hipótese de superaquecimento da economia dos Estados Unidos este ano, reforçada pelos sinais de inflação mais alta, criou a percepção de que o Fed poderá se ver obrigado a reorientar sua política, antecipando seu taper e, eventualmente, subindo juros. Haveria alguma possibilidade de um taper tantrum 2.0, caso o Fed se veja obrigado a acelerar o curso por enquanto projetado para ocorrer, gradualmente, a partir dos próximos dois anos? Os riscos maiores para a economia brasileira estão alhures: todos gerados de dentro, não como os de um taper tantrum 2.0.

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Por que seria bom o Brasil entrar na OCDE

Frequentemente a importância da entrada na OCDE é vista como a obtenção de um “selo”, reduzindo prêmios de risco, atraindo investimentos externos e outros. Tal selo é apenas uma cereja no bolo, com os verdadeiros ganhos sendo auferidos a partir das instituições e políticas que tornam o país um membro pleno.

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Os dois lados dos fluxos de capital para o Brasil

Houve entrada significativa de recursos na conta financeira externa do Brasil em outubro e novembro para investimentos em ações e em títulos de renda fixa. A maior parte do ingresso recente veio de forma “passiva” e não incluiu um volume considerável por parte de investidores “ativos”. Para que a onda se desdobre em disponibilidade de recursos externos para financiar investimentos no país, serão relevantes os avanços e a confiança na agenda fiscal e regulatória domestica.

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BID, Multilateralismo, Brasil e Argentina

- O futuro do multilateralismo, as perspectivas para o mundo com a eleição nos EUA e o papel do Brasil na arena internacional. - O grande desafio para o BID vai ser conseguir um aumento de capital porque o espaço de empréstimos que existia foi em grande medida usado este ano - O Brasil estará numa encruzilhada em 2021. Se pegar o caminho errado, "vai virar uma Argentina", alerta o economista Otaviano Canuto. - Pandemia leva Argentina à nova crise cambial; economistas analisam situação

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Covid-19 tem sido uma tragédia para a América Latina

A América Latina continua sendo o maior foco da pandemia global, atualmente respondendo por 41% das mortes globais após os aumentos nas fatalidades de covid-19 no Brasil, México e vários outros países da América Central e do Sul nos últimos meses. Por sua vez, os números das quedas do PIB no 2º trimestre de 2020 revelaram quão fortemente negativo foi o impacto da covid-19 nas economias da região. O quadro geral contém uma diversidade de condições entre os países e um desafio comum de evitar nova década perdida.

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Por que seria bom mostrar obras de reforço do teto de gastos públicos + É possível conciliar responsabilidades social e fiscal, diz Otaviano Canuto

Em seu discurso de posse no ano passado, o ministro Paulo Guedes falou da necessidade de construir as paredes necessárias para segurar o teto dos gastos. Domingo passado a Folha de S. Paulo trouxe um manifesto de um grupo de economistas propondo um rebaixamento do piso de gastos para evitar o colapso do teto. Por quê? ------------------------ O segredo está em integrar políticas sociais em um único programa, com maior eficiência por conta da substituição de programas atuais por outro mais socialmente progressivo.

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Alinhamento com Trump não dá ganhos, e tem custos

Do ponto de observação alcançado pelos vários cargos que já exerceu – que inclui de secretaria no Ministério da Fazenda do governo Lula a diretor do FMI e vice-presidente do Banco Mundial – o sergipano Otaviano Canuto vê com preocupação, mas parcimônia, os efeitos da pandemia de Covid-19. Avalia que a recuperação da economia mundial não será completa – desenhando um formato de raiz quadrada –, e que deixará alguns desafios importantes a descoberto, como a falta de universalização do acesso à saúde na maior economia mundial, fortemente afetada pelo novo coronavírus. De sua casa em Washington, de onde conversou pela internet com a Conjuntura Econômica, Canuto revelou sua preocupação com o futuro da política externa brasileira sob o contexto de alinhamento com o governo Trump, e com a capacidade do país de reverter a deterioração de sua imagem quanto ao trato com a Amazônia, no momento em que o mercado financeiro mundial passa a valorizar diretrizes ambientais em sua tomada de decisão. “Tínhamos tudo para ter os bônus de mostrar ao mundo nossa contribuição para o problema da mudança climática”, afirma.

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A corrida entre os achatamentos da pandemia e da recessão

O dano econômico da covid-19 sobre a economia brasileira no segundo trimestre, ao que tudo indica, foi menor do que o que se temia. A queda no PIB foi menor que a esperada, entre outros motivos pelo fato de que o auxílio emergencial desembolsado pelo governo federal até o fim de maio foi maior que as perdas na massa salarial no país até então. Dúvidas se colocam, contudo, quanto a novas surpresas positivas na segunda metade do ano, até porque tudo dependerá do ritmo de recuperação do emprego informal ao final das transferências emergenciais.

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Otaviano Canuto: com reabertura precoce, 2ª onda da Covid-19 vai cobrar um alto preço

Kennedy Alencar conversou com o ex-diretor do Banco Mundial e do FMI e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda no governo Lula. Eles falaram sobre o combate ao coronavírus nos EUA e no Brasil e as políticas econômicas que devem ser adotadas no pós-pandemia.

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Tem uma encruzilhada fiscal no caminho do Brasil depois da epidemia, diz Canuto

A covid-19 está derrubando o PIB brasileiro em 2020 e a provável recuperação econômica no ano que vem não será capaz de retorná-lo para onde estava no ano passado. Isso depois de 3 anos nos quais a queda durante a recessão de 2015-2016 não chegou a ser inteiramente revertida. Também em 2020, o deficit público está subindo vertiginosamente. O país se defrontará com uma encruzilhada: continuidade de um ajuste fiscal gradual, com perspectivas de crescimento econômico algo melhores, ou estagnação e insolvência.

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“Polarização política X Economia”: entrevista com Otaviano Canuto, ex-diretor do Banco Mundial

A polarização da política brasileira está no radar dos investidores do mundo todo. Quem assegura é Otaviano Canuto, ex-diretor do Banco Mundial e do FMI, entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, que diz perceber com surpresa o tamanho da atenção que o mundo econômico privado tem dedicado ao país: “E, agora, o interessante é que os investidores acompanham com um grau de detalhe a política brasileira que eu nunca vi no passado.” Na entrevista, ele enfatiza que a “violência do radicalismo político” tem consequências drásticas na economia do país e que mexe com a avaliação de risco dos investidores porque passa a imagem de insegurança. Se por um lado, ele elogia a insistência do governo em manter a lógica de responsabilidade fiscal, apesar do aumento da dívida pública brasileira com os gastos para conter a epidemia e reativar a economia, um efeito colateral sobre as contas de governos do mundo todo, ele critica a escolha de um alinhamento diplomático-ideológico na guerra comercial entre Estados Unidos e China. “A estupidez brasileira é achar que a gente pode se dar bem tomando partido nisso”. Otaviano Canuto fala ainda das dificuldades da globalização e do aumento do protecionismo comercial no mundo pós-pandemia e dos desafios da humanidade para a recuperação da normalidade da vida no planeta.

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