Produtividade anêmica e Estado obeso: o nó brasileiro, por Otaviano Canuto

“A ilusão de que ficamos ricos sem precisar fazer nada da noite pro dia induziu uma deterioração na qualidade da governança”, diz diretor do Banco Mundial

São Paulo – “O Brasil está acometido por uma espécie de doença de anemia de produtividade e obesidade do setor público”, diz Otaviano Canuto, que até o mês passado era diretor do Banco Mundial.

Seu diagnóstico é que o inchaço do Estado partiu de demandas legítimas, mas privilégios foram mantidos (ou até ampliados) e programas sociais se multiplicaram sem uma avaliação de custo-benefício, com uma importante exceção: o Bolsa Família.

Ele classifica a emenda do teto de gastos como uma “camisa de força” para um paciente que não controla seu apetite e vê margem para reformas estruturais que não prejudiquem os mais pobres.

Algumas das sugestões para isso estão em um estudo do Banco Mundial encomendado por Joaquim Levy, então ministro da Fazenda da ex-presidente Dilma Rousseff, e divulgado recentemente.

O especialista aponta que dispor de recursos naturais pode ser a benção que se transforma em maldição se o país não souber transformar esses recursos em outros tipos de ativos.

Em referência ao pré-sal, diz que “a ilusão de que ficamos ricos sem precisar fazer nada da noite pro dia acabou induzindo uma deterioração na qualidade da governança”. A consequência apareceu em investimentos errados e corrupção.

Veja a entrevista completa, antecipada com exclusividade para EXAME: