Diretor do Banco Mundial põe na balança a Lava Jato e o futuro do Brasil

SPUTNIK

Diretor do Banco Mundial põe na balança a Lava Jato e o futuro do Brasil

A Universidade Columbia e a New School for Social Research, dos EUA, promoveram em Nova York um amplo seminário sobre a Operação Lava Jato e as suas consequências para o Brasil. Entre outras personalidades, participaram dos debates o Juiz Sérgio Moro e o economista Otaviano Canuto, diretor do Banco Mundial para o Brasil e mais 8 países.

Sputnik ouviu Otaviano Canuto sobre o seminário em Nova York e também sobre a forma como os investidores internacionais podem tornar a aplicar seus recursos no Brasil, diante das cada vez mais numerosas revelações da Operação Lava Jato em torno das promíscuas relações mantidas por empresários de grandes empreiteiras com Governos e a classe política.

 

Além disso, Sputnik propôs ao diretor do Banco Mundial a discussão do fato de que todo investidor que leva seus recursos para um país gosta de operar em um ambiente de total segurança jurídica, e o Brasil está em um ano em que o Presidente Michel Temer se vê às voltas com 4 processos no Tribunal Superior Eleitoral – e mais o que poderá advir das delações da Operação Lava Jato a serem julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. Frente a isso, o investidor externo, por sua experiência, já teria segurança para trazer de volta seus recursos para o Brasil?

“O investidor estrangeiro também mantém um olho na dinâmica do processo político [brasileiro], dada a possibilidade de que, no mínimo, a volatilidade ou instabilidade no campo político possa prejudicar a aprovação das reformas estruturais”, comenta Otaviano Canuto. “Isso por um lado. Por outro lado, tem também a opinião muito difundida de que a força, o apoio, a preferência dos agentes econômicos no país pelo prosseguimento da agenda de reformas é tal que, independentemente da dinâmica do lado político, ela vai estar em curso, de um jeito ou de outro. A contaminação da política na economia pode vir a acontecer em termos de ritmo, mas não de direção na agenda de reformas. Isso conforta.”

O diretor do Banco Mundial, que é também professor da Unicamp – Universidade de Campinas, conclui dizendo estar claro “que esses meses a seguir serão cruciais quanto a esses riscos de que a volatilidade política possa prejudicar a dinâmica da agenda de reformas, mas eu quero crer que a mudança transcende processos concernentes a todo e qualquer político”.